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quinta-feira, fevereiro 26, 2015

Coisas que todo mineiro sente falta quando sai de Minas Gerais



Uma divertida lista (e um pouco exagerada!) que a  Buzzfeed preparou, sobre o sentimento de ser mineiro e a saudade que sente de casa:

1. Acordar com o galo do vizinho berrando.

2. Ouvir causos estrambólicos que seu tio escutou da sua prima, que ouviu da vizinha da irmã e te contou, “mas pelo amor de Deus não conta pra ninguém, porque ninguém aqui gosta de conversa fiada”.

3. Dar uma volta pelo coreto da cidade.

4. Ser benzido pela tia-avó ou outro parente distante.


5. Ouvir carretas de som na rua e não se incomodar com o barulho.

6. Visitar cidades com nomes incríveis como: Curraleiro, Formiga, Brejão, Monjolinho e Quintinos.

7. Alguém puxar uma moda de viola, o outro continuar, aí aparece um violão e de repente está todo mundo cantando apaixonado.

     Foto Gazeta

8. Presenciar uma discussão acalorada entre atleticanos e cruzeirenses.


9. Não tem praia? Bóra pra represa/rio/lagoa/córrego.

10. Ficar na porta de casa vendo as pessoas passarem.

11. E de repente passar uma carroça na rua.

12. E logo depois uma galinha perdida.

13. Toda esquina tem uma sorveteria recheada de sabores exóticos. Sabores: Pavê da vovó, palha italiana, alfajor, banana flambada e mousse de cereja.

    dzai.com.br

14. Chamar um desconhecido para dançar forró e ele aceitar.

15. Xingar alguém chato de “burricido” ou “íngua”.

16. Chamar homem de “sô” e mulher de “sá”.

17. Visitar a “trabanda” (outra banda) da cidade.

18. Falar “trem” e “uai” sem parecer um piadista.

19. Comer carne de lata.


20. Reclamar que uma pessoa está te “ridicando” (regulando) comida.

21. Falar “bobajada” e “bubiça” (besteiras).

22. “Remedar” (imitar) alguém só pra irritar.

23. “Brear” pão de queijo com “dôdileite” (passar doce de leite no pão de queijo).

      Foto: Giassi

24. Falar “Berlândia”, “Beraba” e “Berlizonte”.

25. Soltar um “ah neeeeim” bem injuriado.

26. Ter uma parente biscoiteira sempre disposta.

27. Comer biscoito frito, broa e pão de queijo, tudo “fresquim”.


28. Comer aquele “franguim” caipira com um “quiabim”.



29. Apreciar um doce de leite feito apenas com leite e açúcar, nada de leite condensado.


30. Saborear doces caseiros como ameixa de queijo, doce de casca, doce de mamão verde e de cidra.



31. Tomar um “cafézim” em toda casa que visitar. Se forem 20 casas, serão 20 “cafézins”.


32. Viver a triste realidade que nenhuma comida é boa como a de Minas Gerais!



quinta-feira, janeiro 29, 2015

Pátria Minas


Quando viajo e sinto saudade de casa, o que mais me lembro da minha terra são as montanhas de Minas. Não tem como descrever essa lembrança: é  afago, é carinho, é conforto e proteção. E tem essa música  linda, que retrata bem a nossa mineiridade e esse sentimento de orgulho!

Pátria Minas / Imaculada

Marcus Viana


Pátria
Pátria é o fundo do meu quintal
É broa de milho e o gosto de um bom café
Pátria
É cheiro em colo de mãe
É roseira branca que a avó semeou no jardim
E se o mundo é grande demais
Sou carro de boi
Sou canção e paz
Sou montanha entre a terra e o céu
Sou Minas Gerais

Sou Minas Gerais
Sou águas
Montanhas
E um fogão a lenha
A cerâmica
O canto do Jequitinhonha
São igrejas
São minas
É o barroco
Ouro Preto
É a maria fumaça
Êta trem bão mineiro

Diamantina
Caraça
Gruta de maquiné
Casca d'Anta caindo
Congonhas do campo
São joão del rei
Sabará
Tiradentes
Igrejinha da Pampulha
E o Belo Horizonte

Se o mundo é grande demais
Sou carro de boi
Sou canção e paz
Sou caminho entre a terra e o céu
Sou minas gerais

Assista ao clipe oficial, com a participação de Paula Fernandes:


quinta-feira, dezembro 19, 2013

O Mineiro e a Palavra Uai!


UAI quer dizer tudo, quer dizer nada, é imparcial, atemporal. É afirmativo e negativo. É exclamativo e interrogativo. Às vezes dizemos UAI para não passar por bobos ou desinformados: "Uai, é mesmo?".

Fiquei conhecendo os textos abaixo, meio que por acaso. Pesquisando por uma frase específica, deparei com essa bela explicação:

         Uai 
        por Andre Catuaba
Acabei de procurar no Houaiss o significado da riquíssima expressão "uai" e vi que ela não existe no léxico formal da língua portuguesa. Vou tentar uma aproximação: Uai significa algo como a manifestação da banalidade da existência e da insignificância do ser humano diante da vastidão do universo. Exemplo: "Parece que vai chover." "Uai, nessa época..." o que vale dizer: "Não adianta chorar, a chuva vai molhar e é bom ir procurando um guarda chuva." Ou então: "Onde você estava ontem?" "Uai, tava no boteco bebendo." Uai, nesse caso, revela a obviedade da resposta. Ela é tão clara, tão límpida e cristalina, que necessita desse neologismo caipira para reafirmar seu conteúdo: "É lógico que eu estava no boteco bebendo. Onde mais estaria? Afinal de contas sou um alcoolatra." Uai pode ser usado em vários contextos, mas é como manifestação do óbvio latente e escancarado quer exprime seu mais profundo significado. E exprime também uma espécie de consciência anterior a algum tipo de revelação - até mesmo metafísica. Se deus se revelasse para o matuto em todo o seu esplendor ele apenas responderia: "Uai, eu já sabia." É tipo de expressão que Alberto Caeiro - o heterônimo de Pessoa que despreza complexas estrtuturas filosóficas em prol de uma natureza limpa e crua, cortada por árvores, montanhas e flores, gostaria. E além disso, por ser formada exclusivamente por três vogais, a expressão é bastante musical e agradável aos ouvidos. É estranho que até hoje não se tenha composto uma música popular cujo refrão fosse composto de uais. Algo do tipo: "Uai, meu amor, pra onde você vai? Ai, ai, ai..." Ué é a variante urbana do uai rural. Significa mais ou menos a mesma coisa. Agora, se me perguntarem porque uso o neologismo urbanizado e não sua matriz rural, respondo simplesmente: "Ué, porque é mais curto."
Aproveitando  minha pesquisa, incluo também outro texto do mesmo autor, bem apropriado para complementar nossa mineiridade:

       Ô Trem!...
          por André Catuaba
É ótimo que o texto que escrevi sobre a expressão mineira "uai" continue gerando comentários. Foi sugerido, inclusive, que eu escrevesse um texto sobre a também atemporal e enigmática expressão "trem." Não está no ótimo site sobre o mineirês, mas desconfio que "trem", para o mineiro, é tudo menos uma "série de carros e vagões engatados entre si e movidos por uma locomotiva" (Houassis). Basicamente o "trem" mineiro é uma junção gramatico-cultural da "coisa" com o "troço" e o "algo". Pode ser positivo "Trem bom, uai", negativo "Ô trem lascado da peste" ou contemplativo: "É, trem..." É possível inseri-lo em qualquer proposição sem o risco de sub-entendidos, pois o "trem" mineiro é um conceito tão amplo, tão metafísico, que supera qualquer contradição que porventura esteja na frase. Se os alemães inventaram Zeitgeist para expressar o espírito do tempo, a mentalidade de uma época, a consciência histórica das gerações que se sucedem, os mineiros nos legaram o "trem", essa fortaleza conceitual que não quer dizer nada. Ou, bem ao estilo diplomático da terra: "Não sou contra nem a favor, muito pelo contrário."