quinta-feira, janeiro 17, 2013

Carne de Lata Mineira

       Foto: Lívia Nogueira Campos

Existe  uma técnica muito famosa na cozinha mundial e comum para nossas avós. É a carne na lata, para os franceses, “Confit” (carne cozida na própria gordura). Essa forma de conservar a carne veio para o Brasil com os portugueses, muito usada nos tempos de colonização. A preparação é de véspera. Um dia para o tempero pegar e outros 15 dias para que a carne adquira um sabor bem característico. O ideal é que a carne seja consumida no mínimo 1 semana após ser preparada. Cada dia que passa ela fica mais saborosa e suculenta.

Ingredientes e modo de fazer:
2 quilos de carne - escolha coxão duro,  lagarto, costelinha ou carne de porco: inteira ou em pedaços.
Amassar 4 dentes de alho, 4 grãos de pimenta e ervas. 
Tempere com 2 colheres de sobremesa com o tempero mineiro de costume (aquele que a gente sempre tem pronto, guardado em um vidrinho.) Veja a receita AQUI:

A pasta de tempero é espalhada por toda peça, junto com as ervas e pimentas à sua escolha. A carne deve ser coberta com um pano para descansar. Após duas horas, vai para a geladeira embalada em plástico até o dia seguinte. Não deixe caldo nessa carne! Quando for cozinhar e se tiver um pouco de caldo, seque com um papel toalha.

Depois de 12 horas, a carne vai pra panela e é dourada em um pouquinho de banha de porco. Depois de corada, cobrir a carne com banha (pode-se usar também a banha industrializada) e mais 1 litro de água e, quando entra em fervura, baixar o fogo. A carne fica pronta depois de 5 horas, cozida em fogo lento.

     Foto: outrascomida.blogspot.com

A carne é colocada em uma lata, do mesmo modo que os antigos tinham para guardar os alimentos. Aperte bem a carne e por cima ponha a banha do cozimento até cobrir. Depois, tampar a lata e deixar em local fresco, sem luz.

Dica:  A lata tradicional pode ser substituída  por potes herméticos ou descartáveis. Porém, deverão ser cobertos em pano de prato, para que não deixe passar luz.

Quando for servir, cortar a carne em fatias e fritar até que a gordura derreta e a carne fique quente. Se o cheiro é inesquecível, o sabor é surpreendente. (Fonte de pesquisa: clicar AQUI)

Dica para preparar a banha mineira:
Para quem não sabe, trata-se do óleo filtrado obtido ao se cozinhar a gordura do porco, solidificado ao esfriar; a pele que sobra é o que chamamos de torresmo. Compre no mercado de 2 a 3 k. de toucinho. Pique em pedaços e frite os torresmos com meio copo de água e sal grosso à gosto. mais ou menos uma hora e de vez em quando ele ia mexendo para não queimar, deixando fritar até criar muita gordura. Quando os torresmos estiverem douradinhos está ótimo. Fica muita gordura. Depois é tirar do fogo. Com uma espumadeira retirar os torresmos deixando escorrer bem para ficarem bem secos. A gordura que ficou na panela é a banha branca, coe 2 ou 3 vezes por um coador fino para retirar qualquer sobra do torresmo e ficar só a banha, colocar a banha em caixinhas e deixar solidificar.

Olhem essas dicas profissionais, da empresa mineira Xavante, que faz a carne de lata: CLIQUE AQUI

20 comentários:

Douglas disse...

olá margarete,parabens pelo blog. Produzimos a carne na lata e gostariamos de lhe presentear com nosso produto para experimentar. Envie-nos seu endereço para enviarmos para a Sra. nosso site é www.carnenalata.com.br . obrigado

DOUGLAS TAVARES contato@carnenalata.com.br

Margô Brandão disse...

Obrigada, Douglas. Acabei de responder seu email.

Anônimo disse...

haja gás pra fazer essa carne, 5 horas pra ficar pronta!!!

Margô Brandão disse...

Esta receita é tão antiga, que era feita em fogão a lenha. Um doce de leite leva 5 horas para ficar pronto, doce de laranja da terra 3 dias... A qualidade das iguarias mineira tem uma ciência reconhecidas internacionalmente, não são fast foods.

Flor de Lis disse...

Só de ler já deu água na boca, parece delicioso! Vou experimentar a receita,

Anônimo disse...

Talvez a melhor coisa, a melhor carne que comi até hoje. Vi essa semana falando sobre isso na Record Minas. Hoje quase não existe mais...pode ser que alguém da zona rural ainda faça. Más é bom d++++++++



Anônimo disse...

será que se não por sal na carne enlatada estraga?

Margô Brandão disse...

Sim, O sal conserva os alimentos pelo fato de desidratá-los, ou seja, por fazer com que percam água. Essa técnica impede a proliferação fungos e bactérias, que precisam de umidade para se desenvolver.

mendelmarmar disse...

Qual a durabilidade média da carne após o processo dos 15 dias na gordura?

Margô Brandão disse...

O ideal é que ela fique completamente fechada em uma lata e que não receba luz. A validade é de até 5 meses, se for seguida todas as medidas de conservação.

Margô Brandão disse...

Clique nesse link e conheça tudo de Carne na lata: http://www.carnenalata.com.br/

Anônimo disse...

sou aqui de minas gerais, aqui do triangulo mineiro, e cresci experimentando todo tipo de comida daqui, meus avos sempre fizeram essas receitas, lambedor,doce de figo, mamao,manga, o bom e velho frango caipira com açafrao e pimenta bode e cheiro verde, meu pai nunca compra carne em açougues pois ele ja trabalhou neles e disse que em alguns nao tem uma boa higiene, enfim, mineiro e desconfiado ne? Na maioria das vezes ele coloca e no freezer, ele nao gosta muito dessa carne, acha forte, mas em compensação eu gosto demais, esses dias ele ira comprar e colocar um na lata, mas aqui fazemos diferente, nao colocamos de jeito nenhum agua, tem de deixar "apurar" muito como diz minha avo, pq mesmo apurando muito corre o risco de perder a carne, so usamos agua quando o porco e mais velho, quando e novo nao colocamos. Mas enfim, gostei muito do seu blog e concordo com voce, " A qualidade das iguarias mineira tem uma ciência reconhecidas internacionalmente, não são fast foods", realmente nao sao fast foods, por isso sao tao boas, e tem receita que vai ainda mais tempo como e o caso da pururuca que, a pele fica imerssa mais de 15 dias na gordura para depois serem fritas, minha vó faz essa receita e gosto muito. Enfim, Bom dia.

MCampos disse...

Se cozinhar como escreve...vai ser difícil. "Espumadeira" é dose!

Margô Brandão disse...

Se tem dúvida que cozinho bem, basta olhar o número de visitantes no meu blog e os comentários dos leitores. E quanto a escrever bem, a minha grafia está certa: escumadeira e espumadeira são aceitáveis pelo dicionário Aurélio, sendo que escuma é uma versão antiga da palavra espuma. Questione suas dúvidas em um site especializado da língua portuguesa, não em um de culinária! Foi mal aí, hein? Desculpo a vergonha... http://duvidas.dicio.com.br/escumadeira-ou-espumadeira/

Monica disse...

Margô, tem gente que não tem a competência nem a criatividade natural que você tem. Então, apega-se a detalhes errados para chamar sua atenção. MCampos, e você? Sabe fazer alguma coisa que preste? Deve azedar tudo...

Elliott disse...

Boa Margarete. Esse conhecimento é tão precioso quanto a cultura daqueles que a detêm.

Unknown disse...

O cidadão vem em um site de culinária, quer dar uma de professor Pasquale, e ainda corrige um erro inexistente...

A propósito, ótimo artigo! É a primeira vez que acesso seu blog e me surpreendi positivamente! Está de parabéns!

Margô Brandão disse...

Obrigado, José Islanio. Visite-nos sempre, é um prazer!

Unknown disse...

Gostei da receita e do bate-boca! Parabéns pela receita e pela resposta. Tem gente besta em todo lugar...

Unknown disse...

Posso guardar a carne em lata de panetone? A reveita e a carne são maravilhosas.